segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Review/Resenha: Dante XXI - Sepultura


É difícil encontrar alguém que nunca tenha ouvido falar do Sepultura. Formada em 1984 por quatro molequinhos, a banda foi a grande responsável por mostrar o metal brasileiro ao resto do mundo. Desde que foi fundado, o Sepultura mostrou diferentes sonoridades em seus álbuns ao longo dos anos; começou tocando death metal, passou depois para o thrash e, mais recentemente, vem incorporando elementos dos mais variados em suas músicas, como hardcore, ritmos brasileiros e música clássica. Isto fez com que angariasse muitos fãs, mas perdesse outros (o que acho uma tremenda injustiça, pois uma banda não deve ficar presa a uma fórmula, arriscando-se a virar uma paródia de si mesma).

O fato é que, após a saída do membro fundador Max Cavalera (guitarra e vocal) em 1997, muitos questionaram se a banda continuaria. A banda, algum tempo depois, anunciou o americano Derrick Green para substituí-lo como frontman da banda. Muitos fãs desconfiaram dele ao ouvirem o 1º disco com ele nos vocais, Against, afinal, sua voz não é igual à de Max, com a qual todos já estavam acostumados. O Sepultura, nesse disco, continuou a trilhar o caminho do experimentalismo iniciado com Chaos A.D. e Roots. Fato é que, após lançar em 2001 o álbum Nation, a banda foi demitida da gravadora Roadrunner, que, ao que parece, não acreditava na banda sem Max. A banda não se deu por vencida e continuou a lançar discos.

(Aqui, vou falar algo que talvez incomode muitos, mas eu tô cagando e andando: embora ache que, musicalmente, a banda tenha perdido um pouco com a ausência de Max, digo com toda a certeza que as letras melhoraram muito, principalmente quando escritas pelo novo vocalista (talvez por ser americano e falar inglês desde que se entende por gente, ao contrário do seu antecessor, que começou fazendo aquilo que o pessoal chama de "letras em inglês de 5ª série).)

E então chegamos a 2006. O conjunto lança o disco que é o melhor com o negão nos vocais: Dante XXI. Digo que é melhor até do que o Roots (e olha que eu tenho um carinho especial por este, por foi por ele que eu descobri o Sepultura como banda...). A banda estava entrosadíssima e mostrou que não é preciso de Max Cavalera para se fazer um discão do Sepultura. O experimentalismo continuou presente, mas, em vez de grooves e percussões, Dante XXI mostra arranjos com cordas e metais (pra quem não entendeu: violinos, cellos, trompas, trombones, etc.). Além disso, o Sepultura fez aqui o que ainda não tinha feito: um disco conceitual. O tema escolhido foi o poema Divina Comédia, de Dante Alighieri. Pra quem não sabe, a obra mostra um homem (ou melhor, o próprio autor) andando pelo Inferno, pelo Purgatório e chegando ao Paraíso. Cada uma destas paisagens é uma parte do poema e é descrito em detalhes (nota: pra quem é fã de Cavaleiros do Zodíaco, como eu, é legal observar o inferno na saga de Hades, pois a descrição dele foi inspirada no Inferno de Dante). Mas o disco não é exatamente um "livro musicado"; ele mostra a Comédia num contexto mais atualizado, que envolve até bombas atômicas. Por isso, "Dante XXI".

O disco tem arranjos incríveis e o quarteto mostra-se afiado. A guitarra de Andreas Kisser é executada com maestria, na medida certa; não que haja aqueles solos de antigamente, mas seu timbre e seus acordes estão bem mais evoluídos. A voz de Derrick impressiona (se bem que eu sempre gostei da voz dele), ele canta como nunca nesse álbum. Falar da bateria de Iggor Cavalera (isso mesmo! Agora ele escreve seu nome com dois "gês") é chover no molhado, mas eu falo. Ou melhor, exclamo: PUTA QUE PARIU!!!!!!!!!!! ISSO É QUE É UM BATERISTA DO CACETE!!!!! E o baixo... Bem, Paulo Jr. nunca foi um exímio baixista, mas toca pra banda e não faz feio.

O álbum, assim como a obra que o inspirou, é dividido em 3 partes: Inferno, Purgatório e Paraíso (dãããã...). São 15 faixas, das quais 4 são "intros". Uma delas inicia a bolacha, "Lost", para abrir alas para "Dark Wood of Error", esta comprovando que Iggor é foda! A seguir temos o primeiro single, "Convicted to Life", que ganhou um clipe muito bom.

Não vou me alongar muito detalhando cada música, mas vou enumerar alguns destaques do álbum (mas eu garanto o álbum todo):
  1. as já citadas "Dark Wood of Error" e "Convicted to Life";
  2. "False", que começa bem acelerada para, depois, se cadenciar e mostrar a banda sendo acompanhada por instrumentos de sopro;
  3. "Ostia", pomposa na medida (ganhou clipe, viu?! procura no youtube...);
  4. "Buried Words", um thrash metal de primeira;
  5. a intro "Eunoé", com cordas no talo, seguida da aceleradíssima "Crown and Mitter";
  6. o encerramento do disco, com "Still Flame" e seus arranjos eruditos.
Enfim, um grande disco que vale, pelo menos, uma conferida. O disco é tão bom que já vi gente que não gostava dos discos com Derrick dizer que é legal. Já os que não gostam do Derrick... bem, continuam na mesma.

Infelizmente, Dante XXI marca também como o último disco com as baquetas de Iggor. Esse vai deixar saudades. Para o seu lugar, foi chamado Jean Dolabella (não, nada a ver com o playboyzinho de merda do Dado...), que também bate muito, mas não como Iggor (se bem que ser como Iggor é impossível).

Vale salientar que a edição brasileira vem com duas faixas-bônus: uma versão ao vivo de "Mindwar" (do disco de estúdio anterior, Roorback) e uma versão demo de "False".

Banda:
Derrick Green - vocais
Andreas Kisser - guitarras
Paulo Jr. - baixo
Iggor Cavalera - bateria

Músicas:

Inferno
Lost (intro)
Dark Wood of Error
Convicted of Life
City of Dis
False

Purgatório

Fighting On
Limbo (intro)
Ostia
Buried Words
Nuclear Seven
Repeating the Horror

Paraíso
Eunoé (intro)
Crown and Mitter
Primium Mobile (intro)
Still Flame

Faixas Bônus
Mindwar (ao vivo)
False (demo)


Cristiano

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Review/Resenha: Reign in Blood - Slayer


Pra começo de conversa: fã que é fã não diz simplesmente "Slayer"... Grita "SLAAAAAYEEEER!!!!!!!!!!!!". Uma das bandas mais polêmicas do mundo, o Slayer mostra nesse disco toda a sua ira e o que faz dela um dos conjuntos mais reverenciados do thrash metal (além de uma das maiores desculpas para gente doida fazer merda, alegando que foi influenciado por uma banda tal ou um programa tal...).

Não e à toa que o Slayer é "SLAAAAAYEEEER!!!!!!!!!!!!". Lançado em 1986, o disco, que é o 3º LP de estúdio da banda, mostra 28 minutos de puro cacete (sem contar com as faixas-bônus da versão em CD), com músicas mais rápidas do que trombadinha em serviço. É um contraponto ao disco anterior, o "Hell Awaits", e suas canções mais elaboradas e longas. É quase hardcore, de tão rápido, mas não podemos classificá-lo como tal, pois o peso é absurdamente levado às últimas conseqüencias, e suas letras não podem ser consideradas somente como "punks".

Muita gente já ouviu falar do Slayer por suas letras que tratam de temas espinhosos para a sociedade. Blasfêmias, assassinos, nazistas, guerras (em detalhes...), etc., etc., etc... Tem de tudo aqui nessa bolacha. Um exemplo: Angel of Death, a faixa 1, trata do filha da puta do Josef Mengele, aquele médico nazista que fazias experiências em prisioneiros de Auschwitz, campo de concentração mais conhecido da época da 2ª Guerra, e que fugiu da Alemanha para viver livre no Brasil, e morrer já velhinho.

Outra faixa que merece destaque é a 2ª, Piece by Piece, considerada uma das mais "nojentas" letras da música mundial segundo uma dessas listas bestas que saem todo dia. Bem, não posso dizer que essa lista está errada em dizer que é nojenta, pois membros apodrecendo e carne rasgada não são coisas das mais agradáveis de se imaginar...

Claro que o destaque máximo é Raining Blood (aliás, belo trocadilho com o nome do disco, hein?!). Sua introdução (uma tempestade com uma bateria ao fundo (tum-tum-tum)), pra depois vir o riff mais do cacete que existe e a banda entrar com tudo no seu ouvido. É UM CLASSICO!!!!! Banda foda, disco foda!!

Reign in Blood é o maior clássico do Slayer (e o melhor, na minha modestíssima opinião...). Uma maravilha que você tem que ouvir, mesmo que não goste; afinal, trata-se de um disco único.


Os "culpados":
Tom Araya : baixo e vocal
Jeff Hanneman : guitarras
Kerry King : guitarras
Dave Lombardo : bateria

As faixas:

1. Angel of Death
2. Piece by Piece
3. Necrophobic
4. Altar of Sacrifice
5. Jesus Saves
6. Criminally Insane
7. Reborn
8. Epidemic
9. Postmortem
10. Raining Blood

Faixas-bônus do CD:
11. Aggressive Perfector
12. Criminally Insane (Remix)

Cristiano

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008


Review/Resenha: Witchcraft Destroys Minds And Reaps Souls - Coven


Inicio minha colaboração neste blog falando de uma banda que, do ponto de vista sonoro, em nada se assemelha ao heavy metal ou ao hard rock. Trata-se do Coven, natural de Chicago e formado ainda no final dos anos 60, ou seja, antes que o Black Sabbath desferisse o golpe responsável pela criação e proliferação do metal e suas subdivisões. Naturalmente, Witchcraft Destroys Minds And Reaps Souls também está longe de ser um disco que corresponda a quaisquer vertentes mais extremas do rock and roll, mas não se relaciona em termos diretos com as tendências daquela época nos Estados Unidos.

Em 1969, grupos como Jefferson Airplane e Love consolidavam sua influência no cenário musical e propagavam as idéias lisérgicas de “paz e amor”. Quem se propunha uma abordagem distinta dos anseios da juventude acabou por sucumbir ao ostracismo ou seguiu uma carreira afastada da mídia, a exemplo do Velvet Underground, cuja importância só foi reconhecida décadas após sua dissolução, e do próprio Coven, que debutou no ano do Woodstock com este álbum que vos apresento.

Witchcraft Destroys Minds And Reaps Souls destoa das produções fonográficas sessentistas não pela sonoridade, um rock tradicional com pitadas psicodélicas e pop. Não há também virtuosismos. A vocalista Jinx Dawson, apesar de interpretar com bastante propriedade e lembrar Grace Slick, não chega ao nível de uma Janis Joplin ou Sandy Denny. O mesmo se avalia quanto à parte instrumental, desprovida de maiores recursos técnicos. Mas basta um olhar pouco atento à arte da capa para perceber que estamos diante de um disco atípico e, até certo ponto, revolucionário. As estranhezas aumentam quando descobrimos que o baixista chama-se Oz Osbourne e a primeira faixa do álbum intitula-se... Black Sabbath.

Composto por jovens profundamente interessados em satanismo e ocultismo, Aleister Crowley e Anton La Vey, o Coven apresenta canções caracterizadas pelo macabro e atinge patamares até então jamais alcançados no que concerne à exploração de temáticas vinculadas à magia negra. As letras de Jim Donlinger (ao lado de Dawson, encarregado dos trabalhos vocais) abordam histórias, práticas e rituais funestos de modo tão explícito como nunca se vira a partir dos mistérios da encruzilhada de Mr. Robert Johnson, passando pelas polêmicas mais recentes dos Rolling Stones.

A faixa de abertura já revela um quê de sinistro e até poderia funcionar como uma espécie de cartão de visitas em virtude do título no mínimo notório. No entanto, o ápice aterrador das invocações satânicas começa com Coven in Charing Cross, que narra um ritual de adeptos da bruxaria em que se oferece o sangue de uma criança a fim de chamar os demônios:

“Thirteen cultists held a secret meeting, bringing powers of the darkness upon those who opposed them. The cheif of the circle, known as Malchius drank the blood of a young baby offered unto him. They danced ecstatically, The orgied frantically. The demon had arisen from the circle on the floor. The chanting was much louder and more piercing than before.”

Caso não se saiba, Coven é o nome atribuído a um grupo de bruxos que pode ter no mínimo dois componentes e no máximo treze.

Mais adiante, Pact With Lucifer conta as desventuras de um fazendeiro que faz um pacto com o diabo para prosperar, porém depois de sete anos está fadado a acertar as contas com o próprio:

“The farmer prospered, did do well. Good fortune was his story to tell. Still he pursued the path he feared. The time was short, the dark day neared. The seven years had passed away, Now it was the judgement day. In memory of the words he said, Lucifer appear in a flash of red. "It's the day I said I'd come for you, And now it's time to pay your due. I'm here to claim the soul I've won To seal the bargain and take your son!”

O disco fecha com Satanic Mass, que, não sendo necessariamente uma música, mais parece um conjunto de preces e oferendas a Satã de duração superior aos 13 minutos. Não há como descrever o impacto de ouvir esta faixa estando ciente de que sua gravação ocorreu ainda na década de 60, e fica óbvio, a essa altura, que aqui reside a relevância, influência ou mesmo correlação entre o Coven e o heavy metal em si e suas vertentes.

E para quem deseja conhecer de fato os primórdios do metal, fica o aviso de que se limitem a procurar apenas este trabalho do Coven, pois os dois seguintes já são uma outra história...

Tracklist:

1. Black Sabbath









10. Satanic Mass

Banda:

Jim Donlinger - Vocals Jinx Dawson - Vocals Mike "Oz" Osbourne - Bass guitar Steve Ross - Drums Alan Estes - Bass John Hobbs - Keyboards Christopher Nielsen - Guitar, vocals Frank Smith - Keyboards Jim Nyeholt - Keyboards

sábado, 29 de dezembro de 2007

Review/Resenha: Appetite For Destruction - Guns n' Roses


Haja responsabilidade. Escrever uma resenha a respeito daquele que por muitos é considerado um dos maiores álbuns de Rock de todos os tempos. Basta uma pequena pesquisa na Wikipedia: Appetite for Destruction já vendeu 35 milhões de cópias e é até hoje o álbum de estréia mais vendido de todos os tempos.

O ano era 1987. A banda, original de Los Angeles, California, já havia sido formada desde 1985. Axl Rose no vocal, Izzy Stradlin e o mito Slash nas guitarras, Duff McKagan no baixo e Steven Adler na bateria. O lema sexo, drogas e "roquenrôl" era levado a sério. Correm boatos sobre prisões, substâncias proibidas e orgias. Em meio a tudo isso, Appetite for Destruction (a tradução livre - apetite para destruição - dá uma dica sobre o espírito da banda) alanvancou os Guns de meros desconhecidos a astros do Rock mundial, tornando-se uma das bandas mais conhecidas de todo o mundo no fim dos anos 80 e começo da década de 90.

Será mesmo que o disco merece todo esse apelo? Eu diria que sim, diria que o AfD é um excepcional álbum. Munidos de muito Hard Rock, e flertando no Heavy Metal e no Punk, os californianos do Guns conseguiram apresentar ao público da época, aos que conheceram depois (just like me) e aos que ainda vão conhecer, um trabalho pesado, conciso e rebelde. Como curiosidade, a capa do disco, que mostra uma mulher sendo estuprada por um robô, foi censurada em alguns países, aumentando ainda mais o clima de rebeldia em cima do Guns.

O disco abre com Welcome To The Jungle. Um clássico. Hit que alguns anos mais tarde literalmente levantaria poeira no Rock in Rio 3, marcando mais uma das idas e vindas da banda. Welcome To The Jungle é um single simples e direto, que imortalizou a voz aguda e rasgada do Axl. "You know where you are? You're in the jungle, baby!". Os riffs de guitarra são marcantes e a cozinha faz seu seu papel muito bem. Perfeita faixa para abrir shows.
Não estarei exagerando se disser que acho todas as faixas boas.
It's So Easy continua a pegada iniciada por Welcome To The Jungle, e em seguida somos apresentados a Nightrain. Nightrain é o nome de um vinho vagabundo no qual os integrantes se esbaldavam nos tempos da pindaíba. Aliás, ao longo do disco, podemos claramente perceber a influência da "loucura" do Guns n' Roses nas letras das músicas. Mr. Brownstone é um dos codnomes da droga heroína. Em certo ponto é cantado: "Eu custumava usar um pouco, mas um pouco não dava, então o pouco foi aumentando mais e mais". Pois é, mas não é meu objetivo aqui analisar ideologias e estilos de vida. Mr. Brownstone e Nightrain possuem dois dos refrões mais pegajosos do álbum e são daquelas músicas que é para se escutar no último volume.
O disco é conduzido magistralmente por faixas como Out Ta Get Me, Paradise City (um dos grandes hits), Think Abouy You e Anything Goes. Falando em Queen, Axl, segundo ele próprio, foi muito influenciado por Freddie Mercury. Pessoalmente não vejo muitas semelhança nas duas bandas, a não ser pelo enorme sucesso que fizeram.
Voltando as músicas, queria destacar My Michelle. Um dedilhado lento no início, uma levada bem hard rok no meio e um refrão que é puro Punk. O Punk se funde ao Heavy Metal, meio Trash, em You're Crazy. E Rocket Queen é igualmente pesada, porém mais lenta e com melodias mais trabalhadas.
Claro, não poderia deixar de citar Sweet Child o' Mine. Épica. Ok, uma "semi-balada" que quase foge do espiríto do Apettite for Destruction como um todo. Mas não podemos negar que a faixa é bonita e marcante. Marcante que até hoje é de vez em quando tocada em rádios populares e incorporada em CD's piratas no estilo "Grandes Sucessos dos Anos 80". Que atire a primeira pedra aquele que, ao tentar aprender a tocar violão ou guitarra, nunca tentou tocar a clássica introdução, que alguns segundos depois é acompanhada pelo baixo e pela bateria. Falando em guitarra, os solos do Slash são inspiradíssimos. Esse guitarrista aliás, e sua cabeleira inconfundível, já influenciou muita gente por aí, e ainda continua na estrada com a banda Velvet Revolver. Se há controvérsias sobre sua excelência técnica (e quando não há controvérsias nesse assunto? =P), acho que sua influência não se pode discutir.

Se eu puxei sardinha demais, desculpem-me. Mas é que eu realmente acho que AfD é um disco que merece sua atenção, se você é fã de um bom Rock n' Roll, acima de qualquer esteriótipo ou rótulo.
Não falei muita coisa sobre o que se seguiu nos trabalhos d'A Banda Mais Perigosa do Planeta, por não ser o objetivo dessas linhas. Se o Hard do primeiro trabalho não foi repetido com tanta primazia nos outros discos ou se as disputas entre egos e "xiliques" do Axl Rose minaram o grupo, não importa. Também não vem ao caso se a outra formação é o Guns ou apenas uma banda formada pelo Axl e se o Chinese Democracy um dia vai ser lançado.
O que importa é que Appetite for Destruction merece um cantinho na história do Rock mundial e uma "escutada" de vez em quando, mesmo mais de vinte anos após seu lançamento.

Apettite for Destruction - Guns n' Roses
Ano de lançamento: 1987
Tracklist:
1. "Welcome to the Jungle" (Música: Slash, Rose / Letra: Rose) – 4:32
2. "It's So Easy" (Música: McKagan, Arkeen / Letra: McKagan, Arkeen ) – 3:21
3. "Nightrain" (Música: Stradlin, McKagan, Rose, Slash, Adler / Letra: McKagan, Rose) – 4:26
4. "Out Ta Get Me" (Música: Slash, Rose, Stradlin / Letra: Rose, Stradlin) – 4:20
5. "Mr. Brownstone" (Música: Stradlin, Slash, Adler / Letra: Stradlin) – 3:46
6. "Paradise City" (Música: McKagan, Slash, Rose, Stradlin / Letra: Rose, McKagan) – 6:45
7. "My Michelle" (Música: Rose, Stradlin / Letra: Rose) – 3:38
8. "Think About You" (Música: Stradlin / Letra: Stradlin) – 3:49
9. "Sweet Child O' Mine" (Música: Rose, Slash, Stradlin, Adler / Letra: Rose) – 5:54
10. "You're Crazy" (Música: Slash, Stradlin, Rose / Letra: Rose, Stradlin) – 3:16
11. "Anything Goes" (Música: Stradlin, Rose, Weber / Letra: Stradlin, Rose) – 3:25
12. "Rocket Queen" (Música: Rose, Slash, Stradlin, Adler / Letra: Rose, Stradlin) – 6:14

By Anderson TS

domingo, 28 de outubro de 2007

Review/Resenha: Tyr - Black Sabbath


Uma referência para todas as bandas de Heavy Metal (mesmo que indiretamente). É assim que o Black Sabbath é conhecido. Tido como a inventora do Metal (há quem discorde, incluindo os integrantes), a banda inovou no cenário do rock ao distorcer seus instrumentos, falar abertamente de temas mais obscuros em suas letras (embora outros já tenham feito isso antes, o Sabbath foi mais discarado) e tocar um "troço" que ninguém nunca tinha ouvido antes. Pronto! Tony Iommi, Geezer Butler, Bill Ward e Ozzy Osbourne plantaram a semente.

Fato é que, ao passar do tempo, a banda mudou sua sonoridade e, depois da saída de Ozzy Osbourne dos vocais, houve um troca-troca de integrantes que incomodou muitos fãs. O único que gravou todos os discos do Black Sabbath foi o guitarrista fodão Tony Iommi. Só pra citar vocalistas, passaram por lá Ronnie James Dio, Ian Gillan, Glenn Hughes, Dave Gillen, Ron Keel e Tony Martin, dentre outros. Por causa disso, muitos fãs torceram o nariz e viraram as costas para os outros trabalhos da banda.

Chegamos ao ponto desejado! É fato que a banda, ao longo dos anos, ficou bastante descaracterizada, mas isto não quer dizer que a banda ficou ruim. Os discos produzidos nessa época de instabilidade foram muito bons, e os músicos que passaram pelo Sabbath se caracterizavam por serem ótimos instrumentistas/vocalistas. Dentre eles, posso afimar com certeza que o mais injustamente criticado foi Tony Martin. Discorda? Vamos ao disco então...

Alem de Martin e Iommi, a formação do Sabbath nessa época (1990) era composta por Geoff Nicholls (teclados), Cozy Powell (bateria) e Neil Murray (baixo). Depois de um álbum relativamente bem-sucedido (Headless Cross, de 1988), a banda grava Tyr. Ao contrário do que muitos pensam, Tyr não é um disco conceitual que trate de mitologia nórdica. Esta, sem dúvida, se faz presente na bolacha, mas há também músicas que tratam de cristianismo e de czares (vai dizer que czar é nórdico?).

Mas o disco é bom? Eu digo: É ÓTIMO!!! A banda mandou ver em todas as músicas do álbum. Tyr já começa com Anno Mundi (The Vision), sua letra apocalítica casa bem com seu arranjo, que vai iniciando com uma guitarra dedilhada e um "coro" cantando "Spirictus Santus Anno Anno Mundi" repetidamente, daí entra Tony Martin cantando de mansinho. Aí chega Cozy entrando com a bateria e o cacete começa! Já nessa faixa, você vê que Martin canta muito!!

Depois vem The Law Maker. Essa é mais acelerada e se mantém assim até ao final. Segue Jerusalém; pesada, mas cadenciada. Esta lembra o disco anterior. A banda continua a mostrar que está bem coesa.

Aí chega The Sabbath Stones (minha preferida...). Cara, que bateria é essa?! Cozy Powell se garante!!! E as palhetadas de Tony Iommi, embora sejam mais comedidas do que de costume, dão o clima perfeito para a música. Só escutando para saber a sensação...

Agora sim! Chegamos à mitologia nórdica propriamente dita do álbum! Trata-se da trinca The Battle of Tyr/Odin's Court/Valhalla. A primeira é uma vinheta instrumental, a segunda é, basicamente falando, um violão dedilhado acompanhado pelo vocal de Tony Martin apresentando a corte de Odin. Daí entra Valhalla, que é mais ou menos no mesmo estilo de The Sabbath Stones. Acho que foi melhor só isso mesmo do que um disco inteiro.

A seguir, temos a balada Feels Good to Me, que, segundo a banda, só entrou no disco para ser lançada como seu single. Musicalmente, não tem nada a ver com o resto do álbum, mas isso não desmerece a música. Ela é boa, sim, e deixa muita banda "baladeira" no chinelo.

Fechando Tyr, Heaven in Black (a do czar... :P). Fecha o disco, além de contar com uma das melhores introduções de bateria já ouvidas. Belo encerramento!!!

Resumindo: se você gosta de metal bom, mas diz que Sabbath, só com Ozzy, deixe de ser preconceituoso e ouça Tyr!!!!!

Tyr - Black Sabbath
Ano de Lançamento: 1990

Cristiano

domingo, 21 de outubro de 2007

Review/Resenha: Time To Be Free - Andre Matos


E aew galera DO METAL? Blz?
Antes de mais nada, gostaria de agradecer o retorno positivo daqueles que tiveram a oportunidade de conhecer esse blog. Estou ansioso para novas postagens. E digo mais, em breve teremos novidades!

Bom, vamos ao que interessa: Time To Be Free - Andre Matos.

Andre Matos é um artista que dispensa apresentações. É um dos vocalistas de metal mais conhecidos (e reconhecidos) tanto aqui no Brasil quanto lá fora. Possui uma carreira digna de respeito, no mínimo. Tantos trabalhos, tantas melodias, tantas experimentações, tantos sucessos. O que resta? Amor ou ódio. O lugar comum que percebo no meio é : ame-o ou deixe-o. Esse talvez seja o grande defeito dos fãs do heavy metal, o extremismo "xiita"... Entretanto, este não é o tema de hoje, quem sabe outro dia falo sobre isso xD.

Mas se você é alienígena e não conhece o cara, vamos a um breve histórico (sem precisar consultar fontes, confesso que sou fã do Andre e acompanho seu trabalho): Andre Matos iniciou sua carreira cedo. Inspirado principalmente pelo Iron Maiden, já fazia seus covers na puberdade. No começo da adolescência, sua banda, o Viper, alcançou bons resultados com o Soldiers of Sunrise e o Theatre of Fate, inclusive no exterior (principalmente no Japão). Já aí ele mostrava sua tendência em misturar o clássico com o heavy, além de impor linhas melódicas em seus vocais. Depois desses dois álbuns, saiu do Viper e formou aquela que talvez seja uma das duas bandas mais importantes e influentes do metal nacional, junto com o Sepultura: o Angra. O sucesso foi relevante: Angels Cry estourou nas paradas japonesas, Holy Land é aclamado até hoje pelo bom resultado em impor ritmos locais no metal e Fireworks, apesar de um pouco renegado na época de lançamento, mostrou toda a maturidade musical nas composições. Após um dos episódios mais mal contados na história do Heavy Metal, o Angra se separou e Andre Matos, levando junto o baixista Luis Mariutti e o baterista Ricardo Confessori, formou o Shaman. Outra cacetada: a "bolacha" Ritual juntou novos fãs àqueles que já o acompanhavam pelo Angra e até música em novela global teve (Fairy Tale, na novela O Beijo do Vampiro). Então, o Reason foi lançado. Talvez aí as críticas ao Andre foram mais fortes. Alegando querer fazer um heavy mais seco e direto, o Shaaman (sim, dessa vez com um "a" a mais por conta de brigas judiciais) lançou um trabalho que desagradou boa parte dos fãs. As já citadas linhas melódicas e influência de música clássica quase não estavam presentes. Por motivos mais uma vez obscuros, o Shaman (sim, atualmente só tem um "a" mesmo) se dissolveu e nele só sobrou o Confessori (breve, resenha do álbum Immortal). Nesse tempo, também há trabalhos solos e mais alternativos como o projeto Virgo.
Praticamente vinte anos haviam se passado e Andre Matos se viu sem banda, deixando uma legião de fãs e também uma "carreta" de desafetos. Foi aí que surgiu a banda solo. Ainda com os irmãos Luis e Hugo Mariutti no baixo e na guitarra, respectivamente, estava em via de gravação o Time To Be Free, juntamente com Andre Hernandes também na guitarra, Rafael Rosa na bateria e Fabio Ribeiro no teclado.

Após o não tão breve histórico, vamos ao TTBF hehe.

Sabe qual é a última charada?
O que acontece quando um vocalista de metal famoso e reconhecido faz um CD solo após vinte anos de carreira sólida?
R: Time To Be Free.
Sim, meus companheiros do metal, Time To Be Free não apresenta nada de novo ou revolucionário e praticamente revisita as fases da carreira do Matos.
Isso é ruim? Depende. Depende do que você quer escutar.
Longos solos de guitarras, linhas de teclado, influência clássica, notas altas e todo o estilo que o tranformou num dos maiores tenores do metal mundial.
A faixa de abertura Menuett já mostra o que supracitei: os violinos e a orquestra estão lá. Lembrando pela estrutura a dupla Unifinished Allegro + Carry On, Menuett + Letting Go abre o disco de forma magistral. Está aí uma faixa BOA: Letting Go, talvez a melhor do álbum. Linda melodia, passagens orquestradas e tudo que a gente espera de uma música do Andre. Rio chega mais pesada e direta. Não há tantas diferenças em relação à demo que foi lançada alguns meses atrás. Eis aqui uma homenagem aos cariocas? O_o
Remember Why inicia com um instrumental exótico. Acho o começo dela meio chato e desnecessário. Mas o refrão e o que vem depois acho bem legal.
Temos logo após a faixa How Long (Unleashed Away). Diria que é uma mistura do que o Shamam com o Andre Matos fez. Há o melódico do Ritual com o som mais tradicional do Reason. Outro grande destaque.
O TTBF segue com Looking Back e Face The End. Acho que o disco como um todo teria mais consistência se pelo menos uma dessas faixas fosse mais "speed". Não que sejam músicas ruins, Looking Back é muito boa.
Talvez a faixa título, Time To Be Free, seja o que há de mais original (em relação ao que o Andre Matos já produziu). É uma música longa e com uma estrutura não muito comum em álbuns anteriores. Acho que nesse ponto, quem esperava um trabalho mais "power" desistiu do disco. Parece-me que a distribuição das músicas foi um pouco infeliz para esses ouvintes. Isso porque Rescue e Endeavour cumprem esse papel logo depois.
Mas entre essas duas faixas, há aquela que pode ser a canção mais polêmica do TTBF: A New Moonlight. Uma nova versão da primeira grande composição do Andre Matos, Moonlight no álbum Theatre of Fate do Viper. Aí temos uma adaptação da música clássica homônima de Bethoveen. Percebi que muitos gostaram dessa faixa. Eu particularmente não gostei muito, achei que houve muito preciosismo. Essa nova versão podia ser bem mais direta. São nada menos do que 8 minutos e 57 segundos. Prefiro a versão contida no Theatre of Fate.
Temos ainda no final o já esperado presentinho para os japoneses: a faixa bônus Separate Ways (Worlds Apart). Boa canção que podia estar no tracklist "normal".

Perceberam o tanto de referência histórica que eu usei? O motivo é o que já comentei: o Time To Be Free revisita as diversas fases da carreira do Andre Matos. Definitivamente não é um fato ruim. Pode esperar qualidade, pelo menos técnica, de qualquer coisa com o selo Andre Matos de qualidade.
Se você espera algo novo ou nunca gostou do Andre, este não é um CD para você. É fato que a grande maioria das pessoas que, por algum motivo, não gostam dele, não vão mudar de opinião agora. Mas, se assim como eu, sempre gostou do trabalho do Matos, ou por outro lado quer começar a conhecer, temos aqui um ótimo trabalho. Nada de revolucionário, porém TTBF cumpre muito bem seu papel de "o disco solo daquele que foi um dos grandes responsáveis por pelo menos três grandes bandas do metal nacional".

Faixas DO METAL: Letting Go, How Long (Unleashed Away), Rio, Remember Why (apesar de eu achar o começo meio chato) e Time To Be Free.

Tracklist:

Menuett - 0:48
Letting Go - 6:04
Rio - 6:00
Remember Why - 5:56
How Long (Unleashed Away) - 4:50
Looking Back - 4:56
Face the End - 5:12
Time to Be Free - 8:33
Rescue - 5:58
A New Moonlight - 8:57
Endeavour - 7:02
Separate Ways (Worlds Apart) - 5:17 (Bonus track Japan)

Anderson TS

domingo, 14 de outubro de 2007

Review/Resenha: Gambling With The Devil - Helloween


"Jogando" com o demônio. Talvez essa seja a tradução mais próxima do novo trabalho do Helloween. E pra começar, vou logo dizendo: que trabalho! O Helloween conseguiu nos apresentar um álbum consistente e que nos faz esquecer ainda mais que um dia houve um ser interplanetário chamado Michael Kiske.

-> O quê? Já vão começar as comparações?
Calma, calma. Eu me sinto na obrigação de dizer isso porque esse é meu primeiro review do Helloween. Em algum momento da minha vida eu tinha que disparar: há fãs que pararam no tempo e ainda esperam que a banda mais Happy Happy do metal continue fazendo o que já fizeram (muito bem) entre 20 e 15 anos atrás. E pior, ainda sonham com a volta do Kiske! O Michael Careca Kiske já abandonou o metal faz anos. Mas que eu deixe claro: eu simplesmente adoro os vocais dele, mas, acho que já deu o que tinha que dar no Helloween. Fica na lembrança. Boas lembranças.

-> Pois bem, e o novo álbum?
Passado meu pequeno desabafo, vamos ao que interessa. Li por aí que o Gambling With The Devil lembra muito o The Dark Ride (2000). Ótimo! O TDR é o meu álbum preferido da fase Deris. Tenho a impressão que vai perder esse posto... Falando no Andi, tenho que enfatizar: o cara está cantando muito. O Deris tem seu estilo próprio, já é lugar comum falar que ele não é cantor pra ficar dando "agudinhos". Seu vocal é agressivo quando necessário e extremamente original na minha opinião. Foge totalmente dos padrões dos vocalistas de meio mundo de bandas de Power Metal. O resto da banda mantém seus talentos peculiares. Não tenho competência para falar em questões técnicas, mas acho que os instrumentistas cumprem seu papel muito bem, em nenhum momento deixam a desejar. Que Roland Grapow, Kai Hansen e companhia continuem em suas respectivas bandas.

-> Meu amigo, quero saber das músicas!
Ok, ok. Vamos lá. Temos logo no início a introdução Crack The Riddle com o vocalista do Saxon, Biff Byford. O cara faz uma narração e nos leva ao ambiente meio "dark" do início do álbum. Talvez esteja aí nesse ambiente as semelhanças com o The Dark Ride. Após a introdução temos Kill It. A pancadaria rola solta, e temos a impressão de estar revisitando a música Push do já clássico Better Than Raw, só que numa versão mais inspirada. The Saints pra mim é um dos pontos altos do CD. Sim, sua estrutura é batida (introdução longa, ponte, refrão pegajoso, etc), mas nos faz lembrar de como tem que ser feita uma música verdadeiramente Power. As Long As I Fall talvez seja o momento mais pop do disco. Nem por isso deixa de ser uma boa música. Mas ainda prefiro If I Could Fly xD. A pegada continua com Paint A New World, Final Fortune e The Bells Of The Seven Hells. Essa última faz lembrar um pouco das épicas do útlimo álbum, The King For A 1000 Years e Occasion Avenue. Final Fortune é empolgante. O disco segue com Fallen To Pieces. É praticamente uma balada, da qual no ínicio não gostei muito. Porém, sendo a música boa ou ruim, me peguei solfejando-a hehe. IME é mais direta e Hard, disseram por aí que é chupada do Metallica. Vai saber... Temos após IME o bom e velho Happy Happy Helloween com Can Do It. Destaque mais uma vez para os vocais de Deris. O GWTD chega quase no fim com Dreambound, composição do guitarrista Sacha. Coloquem esse cara pra fazer mais músicas! Pra acabar, podemos desfrutar a ótima Heaven Tells No Lies. Tem uma parte na letra que é praticamente uma homenagem a the Number Of The Beast (não preciso dizer de quem): "I'll return, I'll be back!".

-> Sim, qual a conclusão disso tudo?
A conclusão é que Gambling With The Devil é com certeza um dos destaques do ano. Após mais de vinte anos de carreira, passando por poucas e boas, o Helloween nos mostra um horizonte ainda recheado de bons trabalhos em meio a esse quase marasmo que é o Power Metal atual. A fase Deris já não deve mais em nada a fase Kiske, diria que às vezes parecem duas bandas diferentes. É o velho e o novo cada vez mais se distanciando. Mas ainda queremos que as canções dos Keepers clássicos ainda continuem sendo tocadas ao vivo, e que a brincadeira com o Diabo continue!

Faixas DO METAL: Kill It, The Saints, Final Fortune, Dreambound

Tracklist:
01.Crack the Riddle (Intro)" 0:52
02.Kill It" (Deris) 4:13
03.The Saints" (Weikath) 7:06
04.As Long As I Fall" (Deris) 3:41
05.Paint a New World" (Gerstner/Weikath) 4:27
06.Final Fortune" (Grosskopf) 4:46
07.The Bells of the 7 Hells" (Deris) 5:22
08.Fallen to Pieces" (Deris) 5:52
09.I.M.E." (Deris) 3:46
10.Can Do It" (Weikath) 4:30
12.Heaven Tells No Lies" (Grosskopf) 6:56
Anderson TS